O MEDO-Manuel António Pina/Poeta/Jornalista/Escritor/Premio Camões 2011
Ninguém me roubará algumas coisas
nem acerca de elas saberei transigir
Um pequeno morto morre eternamente
Em qualquer sítio de tudo isto
É a sua morte que eu vivo eternamente
quem quer que eu seja e ele seja
As minhas palavras voltam eternamente
a essa morte
Como imóvel ao coração de um fruto
Serei capaz
de não ter medo de nada
nem de algumas palavras juntas