quarta-feira, novembro 21, 2012

Poemas/originais/Paulo Gama
JANGADA
Vou fazer uma jangada
que me leve daqui
sinto a atmosfera pesada
estou a desaprender o que aprendi
Nos prédios já não me cumprimentam
só vejo estátuas vivas
os que trabalham muito lamentam
todas as coisas ficaram explosivas
A poluição aumentou
a esperança acabou
Vou construir mesmo uma embarcação
com um mastro poderoso
Já não tenho hesitação
nem sequer estou nervoso
Quero um outro horizonte
quero água de outra fonte
Vou fazer uma jangada
para poder respirar
tenho a alma sufocada
e não a quero matar