segunda-feira, janeiro 12, 2009


Poesias de Fernando Pessoa

Já não me importo
Já não me importo
até com o que amo ou creio amar
Sou um navio que chegou a um porto
e cujo movimento é ali estar
Nada me resta
do que quis ou achei
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei
Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou
Fito a gente
que me rodeia e sempre rodeou
Com um olhar
que sem o poder ver
Sei que é sem ar
de olhar a valer
E só me não cansa
o que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz