terça-feira, outubro 07, 2008

Poesias de Adolfo Simões Muller
O Estômago e os pés
Os pés e o estômago,um dia,travaram-se de razões sobre qual deles teria direito a mais distinções.-Eu sou-dizia um dos pés,todo pimpão,a pé firme-muito mais do que tu és...Passas a vida a seguir-me!O outro pé,mesmo ao pé,pôs-se em pé para lembrar:-Se somos nós dois até que te levamos a andar...E assim,do pé para a mão,os pés,em conjura breve,resolveram a questão:-Temos pé para uma greve!É claro que se adivinha o que deu em resultado:raparam todos fominha com o estômago parado.E só voltaram à vida quando,de pés para a cova,teve o estômago comida que ao corpo deu vida nova.Então o estômago disse,já estomagado a valer:-Bem vêem que era tolice...Sem mim,não podem viver!Consta que,desde essa data,pés e estômago jamais andaram em zaragata,dando este exemplo aos mortais:Somos um corpo igualmente-tronco,membros e cabeça...Se um sofre,o resto da gente é natural que padeça.Tudo tem uma missão,mais brilhante ou mais obscura.-Se a força vem da união,vem desta,ainda,a ventura!
Adolfo S.Muller(adaptação),O Livro das Fábulas,Ed.Empresa Nac.de Publicidade